Que regresso sombrio, solitário
sinto-me mais vazio e só do que quando parti sem saber muito bem porquê.
No autocarro que me empurra de novo para a rotina
apenas sigo eu que vou desmontando o meu cérebro embalado por sons negros e melancólicos.
... parece que estive a dormir durante três dias
quando o que queria era mesmo hibernar como as cobras.
Apenas as luzes me trespassam
no constante movimento contrario ao meu
dos automoveis.
Pergunto-me se será para ali o caminho da felicidade.
Não devia estar a voltar
queria mesmo era fugir, para longe, muito longe...
e deixar de saber que dia era hoje
ou as horas, ou as caras, ou...
... a lamina que teima em me rasgar ainda mais em vez de sair...
Pelo menos este autocarro permite-me ficcionar que estou a ir para nenhures
ou para um algures que eu não conheço em quanto lá não chegar.
Já me irrita este limbo de constante ilusão...
Acho que é sempre melhor sonhar que está tudo a acontecer como eu quero
do que enfrentar de frente a realidade.
...cada vez mais triste, cada vez mais perto, cada vez longe do sonho.
...mais uma vez perto de cair na realidade de derrotas sucessivas...
Qual será o meu caminho desta vez!?
Vou abrir os olhos... talvez deixe de acreditar.
25 outubro, 2005
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