doce de amora,
trago amargo,
sabor a vento.
Trago-te em saudades e em poemas
e são elas em fugas que me levam para o teu leito
meus lábios secos de ti
meus dedos mortos sem corpo,
e eles lavam com sol as luas em que não te vejo
meus olhos cerrados
minha garganta cheia
de e por palavras que se acumulam
e se atropelam e se batem e me semeiam
mais frio, mais vontades de ti, mais a revolta,
de não tas poder dizer baixinho ao ouvido,
mergulhado em ti,
deitado no teu peito feito nós.
Mergulho longe,
e só a tua areia me toca.
É esse o cheiro que trago teu,
é essa a caricia com que o meu corpo vibra,
é este o norte em que me sento.
Da pedra fria,
de vestes desfeito.
Assim te sinto
lava quente.