23 outubro, 2007

Sem Titulo

Tão leve como o vento, entregas-te a mim e rodeias-me numa dança coordenada pelo tempo.
Esperas, de mim, que te adore e admire em quanto a tua placidez me cobre e me envolve em extasiantes arrepios de frio. Gelas-me os sentimentos e humedesses-me o corpo de saudade. Recrio em ti a simplicidade e a miragem de te ver.
Lembro-me que te tenho mas escorres-me da palma da mão sempre fiel a uma calma transformação. E o sopro da vida espalha o teu toque e deixo-me apaixonar por ti.
Vejo-te com a nitidez do passado e a clareza do presente, vejo-te bela, vejo-te branca, vejo-te e desejo atirar-me para cima de ti, rebolar em ti deixando um rasto de alegria.
Beijas os meus labios e saceias-me a sede. Tens agora um baixo relevo do meu rosto e eu o teu toque. Abro os meus braços e beijo-te ao passar e... de novo, perplexo, paro para te ver cair e choro porque sei que amanhã não estás aqui.
Porque me iludes os sentidos? Porque não te apaixonas por mim? Porquê neve, porquê?

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Encontrei isto numa agenda perdida no meio de muitos papeis... acho que é de 2001 ou por ai

Pedro Barroso - Menina dos olhos de Água

3 comentários:

Anónimo disse...

No papel de dona de casa a fazer limpezas portanto....
muito bem!

Anónimo disse...

...bricadeirinha.... :s
está muito bonito!

Eyes of China Blue disse...

Encontraste isto aonde? Numa agenda perdida no meio de muitos papéis? Nunca me tinham chamado isso... Eu compreendo, era constrangedor dizeres que estavas nú e a cantar só porque me lembrei desta música. Vá lá, vá lá...por esta vez passa. :)
Além disso...estavas lindo!