Esperas, de mim, que te adore e admire em quanto a tua placidez me cobre e me envolve em extasiantes arrepios de frio. Gelas-me os sentimentos e humedesses-me o corpo de saudade. Recrio em ti a simplicidade e a miragem de te ver.
Lembro-me que te tenho mas escorres-me da palma da mão sempre fiel a uma calma transformação. E o sopro da vida espalha o teu toque e deixo-me apaixonar por ti.
Vejo-te com a nitidez do passado e a clareza do presente, vejo-te bela, vejo-te branca, vejo-te e desejo atirar-me para cima de ti, rebolar em ti deixando um rasto de alegria.
Beijas os meus labios e saceias-me a sede. Tens agora um baixo relevo do meu rosto e eu o teu toque. Abro os meus braços e beijo-te ao passar e... de novo, perplexo, paro para te ver cair e choro porque sei que amanhã não estás aqui.
Porque me iludes os sentidos? Porque não te apaixonas por mim? Porquê neve, porquê?
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Encontrei isto numa agenda perdida no meio de muitos papeis... acho que é de 2001 ou por ai
Pedro Barroso - Menina dos olhos de Água
3 comentários:
No papel de dona de casa a fazer limpezas portanto....
muito bem!
...bricadeirinha.... :s
está muito bonito!
Encontraste isto aonde? Numa agenda perdida no meio de muitos papéis? Nunca me tinham chamado isso... Eu compreendo, era constrangedor dizeres que estavas nú e a cantar só porque me lembrei desta música. Vá lá, vá lá...por esta vez passa. :)
Além disso...estavas lindo!
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