Cidade perdida de caminhares solitarios e passos pouco seguros... Aprendiz de voos planos e de danças esquecidas que criaram raizes nas fundações que desaparecem por baixo do som...
Voar para longe das pedras das calçadas com pés de plumas e mãos de ar
Dos tristes navegantes resta a barca e o corpos a boiar nas próprias lágrimas
As ruas são simples montras de uma logica citadina que teima em encurtar os meus horizontes Eu quero é viver numa toca e hibernar O que eu quero é acordar quando já for primavera e correr por esses matos fora e existir
Dos alegres navegates resta a ressaca de mais uma noite iludida e a solidão de um despertar tardio as conversas de ocasião as conversas engolidas o matar o tempo em companhia ao ritmo do pousar dos copos
Voar para longe onde o alcatrão seja vermelho e as pedras cor de sal
Voar para longe de ser sempre assim...
Sempre igual sempre de dia ou de noite sempre os mesmos rostos sombrios sempre tu sempre a minha ilusão ou desilusão
Lá fora as vidas correm devagar e o sol brilha ainda que apenas em candeeiros ou simples candeias de brilho ténue e pouco calor Lá fora sou só mais um Cego para uns visível para outros longe para uns perto para poucos ou quase nenhuns E todas as mesas de café parecem estar vazias embora não tenha lugar para me sentar e vejo-me constantemente envolto em mais conversas e murmúrios olhares velozes que me isolam cada vez mais do burburinho urbano desta cidade
Por fim... o vento e a chuva, o frio e a serra... Por fim só mesmo só...
10 fevereiro, 2006
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